Modelo de Fogg: um modelo de comportamento que é realmente útil

David Hamil

1818 + Joao

Modelo de Fogg: um modelo de comportamento que é realmente útil

Aprenda como aproveitar o Modelo de Comportamento de Fogg para tomar decisões mais eficazes em relação a produtos.

Não sou um grande admirador da maioria dos modelos e diagramas de UX, pois muitas vezes eles são excessivamente complexos e difíceis de aplicar em situações práticas. No entanto, o Modelo de Comportamento de Fogg é uma exceção notável e uma ferramenta que continuo a utilizar regularmente no meu trabalho como consultor de UX.

Para aqueles que não estão familiarizados com ele, permita-me fazer uma breve introdução. Além disso, fornecerei alguns exemplos de como ele pode ser aplicado no contexto de UX e inovação.

Com frequência, estamos lidando com a influência do comportamento das pessoas. 

 

Profissionais de UX frequentemente buscam incentivar um maior número de pessoas a realizar determinadas ações, como concluir uma compra, se inscrever em um boletim informativo, preencher um formulário de solicitação online, fazer uma reserva em um restaurante e assim por diante. Todas essas são ações comportamentais. Às vezes, também estamos focados em níveis mais granulares de interação, e essas interações também podem ser consideradas comportamentos.

O Modelo de Comportamento de Fogg é uma ferramenta versátil que pode ser aplicada em praticamente qualquer situação em que você esteja avaliando a probabilidade de um determinado comportamento ocorrer e o que pode ser feito a respeito disso.

Explicação do Modelo de Fogg

O Modelo de Fogg estabelece que, para que um comportamento ocorra, a motivação e a habilidade devem ser suficientemente elevadas no momento em que um estímulo é apresentado. Quando a motivação e/ou habilidade estão muito baixas naquele momento, o comportamento não acontecerá.
Em termos simples, podemos expressar isso da seguinte maneira:

B=MAP
Comportamento =
Motivação x Habilidade x Alerta

No gráfico acima, a Linha de Ação marca a fronteira entre o comportamento que se concretiza e o que não se concretiza. Alguns comportamentos ocorrem mesmo quando a habilidade é baixa, devido à alta motivação do usuário.

Da mesma forma, indivíduos com níveis reduzidos de motivação ainda podem realizar comportamentos que são bastante simples de executar. No entanto, é importante notar que os usuários (ou potenciais clientes) geralmente se encontram em diferentes posições neste gráfico para comportamentos específicos. Alguns estão próximos da Linha de Ação no momento do estímulo, enquanto outros estão bem distantes, e alguns ainda não estão perto de realizar o comportamento.

É fundamental compreender que a habilidade possui duas dimensões. Quando se trata da capacidade relacionada à experiência do usuário, é necessário considerar tanto o conhecimento do domínio quanto as habilidades individuais dos usuários. Além disso, a dificuldade associada à execução do comportamento também desempenha um papel crucial. Você pode ajustar as diferenças nas capacidades dos diferentes tipos de usuários, mas também pode melhorar a habilidade tornando o comportamento mais acessível.

Aqui estão alguns exemplos que ilustram como apliquei o Modelo de Fogg e como ele me auxiliou a explicar conceitos aos meus clientes:

  1. Redução do atrito para aumentar as conversões: Reduzir o atrito em um processo online aumenta a capacidade do usuário, tornando o comportamento mais acessível. Se muitas pessoas estão próximas da Linha de Ação, reduzir o atrito pode movê-las através dela, aumentando a taxa de conversão. No entanto, é importante focar nas barreiras que impedem as pessoas de converterem, pois reduzir o atrito nem sempre resolve o problema.

  2. Startups e usuários inovadores: Startups e produtos inovadores são inicialmente adotados por pessoas altamente motivadas e/ou capazes de adotá-los. Compreender esses usuários e suas necessidades é crucial para tornar o produto mais acessível às massas.

  3. Flutuações na taxa de conversão com o aumento do tráfego: A taxa de conversão não é constante e depende da motivação e capacidade do tráfego que o site ou produto recebe. Aumentar o tráfego nem sempre leva a um aumento proporcional nas conversões, pois o novo tráfego pode ter níveis diferentes de motivação.

  4. Tipos de inovação: Existem dois tipos de inovação, um exigindo menos motivação para adoção do que o outro. Compreender essas diferenças é essencial para o sucesso da inovação, pois a adoção é influenciada pela facilidade de integração no fluxo de trabalho existente dos usuários.

É importante observar que o Modelo de Fogg não considera explicitamente os estímulos, mas nos ajuda a entender como a motivação e a capacidade variam entre as pessoas. A simplificação desse modelo o torna uma ferramenta valiosa, pois elimina a complexidade desnecessária e o torna mais utilizável na prática.

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