Modificando a multidão

1818 Newton.

Joao Batista & Marcela Reis

Substratos cerebrais da conformidade da memória de longo prazo

A memória humana é notavelmente vulnerável a influências sociais, no entanto, nosso entendimento dos mecanismos subjacentes ainda é limitado.

Saiu um estudo no Research Gate chamado Following the Crowd: Brain Substrates of Long-Term Memory Conformity dos doutores Micah Edelson,Tali Sharot, Raymond J. Dolan,Yadin Dudai que mostra que a forma como os erros de memória influenciados por interações sociais ocorrem no cérebro ao analisar a capacidade de recordação de indivíduos expostos a lembranças de terceiros.

Isso na prática mostra o sucesso CARMED FINI por exemplo ou afirmando que as fontes mais comuns de falsas memórias são as influências sociais.

Neste estudo tiveram participantes que apresentaram uma clara propensão a se conformarem com memórias incorretas do grupo, resultando em erros persistentes, mesmo quando suas memórias iniciais eram fortes e precisas. Através da utilização de imagens do cérebro em funcionamento, descobrimos que a influência social modificou a forma como a memória era representada a nível neuronal.

Isso é possível? Conseguimos criar ações que possam influenciar a memória das massas?

Se observa, de forma específica, um aumento na atividade da amígdala e na conectividade entre a amígdala e o hipocampo, o que foi associado a alterações duradouras na memória, mas não em mudanças temporárias. Essas descobertas revelam como a manipulação social pode influenciar a memória e expandir nosso conhecimento sobre as funções da amígdala, que agora incluem distorções de memória mediadas socialmente.

Vamos falar sobre isso já já…

Nossas memórias frequentemente são imprecisas, e uma fonte comum de memórias falsas é a pressão social e a influência interpessoal. Esse fenômeno, conhecido como “conformidade de memória”, ocorre em diversas situações, como interações sociais, exposição à mídia de massa e depoimentos de testemunhas oculares. Nessas situações, indivíduos podem modificar suas memórias verídicas de eventos passados para se adequar a relatos falsos fornecidos por outras pessoas. Embora tenhamos evidências extensas dessas influências sociais na memória, ainda sabemos pouco sobre os mecanismos neurobiológicos envolvidos nesse processo.

A conformidade de memória pode ocorrer de duas formas, que inicialmente resultam em comportamentos explicitamente semelhantes, mas são fundamentalmente diferentes. No primeiro tipo, conhecido como conformidade privada, a memória de um indivíduo pode ser genuinamente alterada pela influência social, levando a erros persistentes e duradouros na memória. Nessas circunstâncias, mesmo quando a influência social é removida, os indivíduos continuam a afirmar que a memória errônea faz parte de sua própria experiência.

A conformidade privada pode ser considerada como uma alteração de memória feita de boa-fé. No segundo tipo, chamado de conformidade pública, os indivíduos podem externamente se conformar, fornecendo uma narrativa que se alinha com a dos outros, mas internamente mantém a certeza de sua memória original. A conformidade pública pode ser dissipada quando a veracidade das informações sociais transmitidas é questionada. Portanto, os erros induzidos pela conformidade pública são transitórios e parecem representar uma mudança no comportamento na ausência de alterações duradouras na memória em si.

Embora a conformidade privada e pública da memória muitas vezes seja indistinguível em termos de comportamento, elas refletem diferentes processos cognitivos. Esses processos provavelmente são mediados por diferentes ativações em circuitos cerebrais interconectados que já foram identificados como envolvidos em funções de memória e cognição social, como o complexo hipocampo, amígdala e regiões frontais.

Como fazer isso no seu produto ou serviço? A resposta mais simples é sim, fazemos. Conseguimos mudar ativamente a memória em vários níveis de vários produtos só em 2022 modificamos 5 grandes massas para ativar X serviço, produto ou organização.

Como fazemos isso?

Imagine uma situação em que você compartilha uma experiência com um grupo de amigos. Cada pessoa descreve a cena de maneira ligeiramente diferente, ressaltando aspectos específicos que capturaram sua atenção. Conforme as histórias são compartilhadas, é comum notarmos uma tendência natural de ajustar nossas lembranças para se alinharem com a narrativa dominante. Essa influência social pode ocorrer tanto de forma consciente quanto inconsciente, e muitas vezes nem percebemos que nossas memórias estão sendo moldadas pela percepção coletiva.

Um exemplo comum desse fenômeno é conhecido como “efeito do telefone sem fio”. Imagine uma brincadeira em que uma mensagem é sussurrada de uma pessoa para outra, passando por várias pessoas em uma fila. Ao final, a mensagem inicial é completamente distorcida, pois cada participante adiciona sua própria interpretação. O mesmo acontece com nossas memórias. Conforme compartilhamos experiências e histórias com outras pessoas, pequenas modificações vão sendo introduzidas, moldando a forma como lembramos dos eventos.

Outro exemplo prático é o impacto das redes sociais em nossas memórias. Em um mundo cada vez mais conectado, somos constantemente expostos a diferentes perspectivas e opiniões. O compartilhamento de memórias e experiências nas redes sociais pode influenciar a forma como vemos o passado. Por exemplo, ao visualizarmos uma foto antiga acompanhada de comentários nostálgicos de amigos, nossa percepção daquele momento pode ser afetada, levando-nos a reinterpretar a experiência de acordo com as impressões compartilhadas.

O aspecto surpreendente desse fenômeno é que os erros de memória persistem mesmo após a influência social ter sido removida. Após sermos expostos a informações errôneas ou distorcidas, nossa mente tende a integrar essas informações em nossa própria memória, de forma que acreditamos que elas são parte de nossa experiência pessoal. Essa persistência pode levar a confusões e a uma percepção errônea da realidade, pois nos baseamos em memórias falsas para tomar decisões e construir nossa identidade.

É importante compreendermos a influência que outras pessoas exercem em nossas memórias e percepções do passado. Mesmo que tenhamos confiança em nossas lembranças,é fundamental reconhecer que elas podem ser modificadas e distorcidas pela influência social. Devemos ser cautelosos ao confiar cegamente em nossas memórias e estar abertos ao questionamento e à reavaliação constante.

Ao interagir com outras pessoas, sejam elas físicas ou virtuais, devemos manter a consciência de que suas perspectivas e narrativas podem afetar nossas próprias lembranças. Devemos cultivar o hábito de buscar diferentes pontos de vista, comparar nossas memórias com fontes confiáveis e estar dispostos a reavaliar nossas crenças com base em evidências sólidas.

Se somos seres sociais e nossas memórias são influenciadas pelo contexto e pelas interações com os outros, logo, a consciência dessa influência nos ajuda a navegar de forma mais crítica e precisa em nosso mundo de memórias compartilhadas.

E você, já percebeu como suas memórias podem ser influenciadas pelas pessoas ao seu redor?

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