Antes mesmo do ser humano aprender a escrever, o conhecimento era transmitido através de histórias.
Com base na sua experiência com filmes, séries e cultura pop em geral, você sabe que não é qualquer história que consegue prender e encantar o espectador. É aí que entra o storytelling que nada mais é do que a habilidade de contar histórias envolventes, conectar pessoas e criar sinergia. Afinal, a gente se envolve com aquilo que desperta nossa atenção, certo?
Agora vamos explorar os mistérios que nos impulsionam a adquirir novos produtos ou serviços. Muito provavelmente você atrai o seu cliente pela necessidade. No entanto, é importante reconhecer que nossas necessidades são limitadas e uma abordagem baseada exclusivamente nelas pode não ser suficiente para impulsionar o crescimento da sua empresa.
Mas, como se conectar emocionalmente com seus clientes para tornar seu produto ou serviço desejado e não apenas necessário?
No cinema, a Nike é um forte exemplo de marca que soube utilizar essa técnica de maneira excepcional em suas campanhas de tênis, agregando mais valor a ele e à marca em geral. Através de histórias envolventes, a Nike conseguiu estabelecer uma conexão emocional com seu público, transmitindo os valores e a essência de sua marca. Sem dúvidas, ela criou narrativas que buscam inspirar e motivar o seu público-alvo.
Suas histórias geralmente vão além do simples ato de praticar esportes, explorando temas mais profundos, como superação, perseverança, determinação e autoconfiança. Essas histórias buscam tocar a fibra emocional do público, despertando sua empatia e fazendo com que se identifiquem com os personagens e suas jornadas.
Um exemplo notável é o curta-metragem “Nike: Dream Crazy”, lançado em 2018. Este filme, dirigido por Mark Romanek, contou com a narração do jogador de futebol americano Colin Kaepernick e apresentou uma série de histórias inspiradoras de atletas que desafiaram as expectativas e superaram adversidades. O objetivo era encorajar as pessoas a acreditarem em si mesmas e a seguirem seus sonhos, independentemente das barreiras que possam encontrar.
Além disso, a Nike também é conhecida por sua colaboração com cineastas renomados na criação de comerciais e campanhas cinematográficas. Eles entendem a importância de contar histórias visualmente impactantes e de alta qualidade. Essas colaborações resultam em obras de arte que capturam a essência do esporte e da marca Nike, proporcionando uma experiência imersiva para quem assiste.
No livro The Brand Gap, de 2002, o autor Marty Neumeier explica que a ideia de uma marca é pouco mais do que um amálgama coletivo de sentimentos viscerais das pessoas sobre um produto, serviço ou empresa.
“Quando um número suficiente de indivíduos chega ao mesmo sentimento”, escreve ele, “pode-se dizer que uma empresa tem uma marca. Em outras palavras, uma marca não é o que você diz que é. É o que dizem que é.”
As empresas que se destacam em branding entendem que tudo o que fazem – todo produto, toda comunicação, todo ponto de contato concebível com um cliente ou cliente em potencial e até mesmo suas políticas e práticas corporativas – contribui para essa percepção.
Embora esse seja o caso da Nike há muito tempo, o sucesso da construção de sua marca veio da capacidade de promover a conexão por meio de histórias emotivas.
O storytelling permitiu que a Nike fosse além da simples promoção de seus produtos de tênis e outros artigos esportivos. Ela constrói uma narrativa apelativamente envolvente que se conecta com os espectadores em um nível mais profundo. Essas histórias ajudam a fortalecer a identidade da marca e a criar uma ligação duradoura com seu público. Além do mais, essas histórias transmitem mensagens e influenciam diretamente as percepções e comportamentos das pessoas. Elas não apenas destacam os benefícios funcionais dos tênis Nike, mas também evocam emoções, inspiram ação e deixam uma marca duradoura na mente do público.
“Não é a mágica que nos leva para outro mundo, é o storytelling”.